quarta-feira, 21 de abril de 2010

Coisa coisada - A saúde pública do Brasil

Essa semana passei por um turbilhão de vivências muito pesadas num hospital público por conta de uma amiga da família que adoeceu.
Pra quem conhece o meu CD e a música Dona Biu, ela é a "Zefinha" que menciono na canção. Com 79 anos e 11 meses de idade sofreu uma trombose.
De horigem humilde, sem nenhum parente vivo, fomos ampará-la e ajudá-la no que estivesse ao nosso alcance.
A gente assiste no noticiário, quase que diariamente, reportagens sobre o estado calamitoso da saúde pública no Brasil.
Mas a realidade é mais cruel ainda!
A primeira internação dela (de urgência) foi num hospital público daqui de Recife chamado Getúlio Vargas.
Fomos eu e minha mãe, já tarde da noite, pra esse hospital esperá-la chegar com a ambulância.
Quando eu entrei no hospital já senti um clima super diferente e um cheio nada agradável.
Pessoas, a maioria de idade, e algumas crianças dormindo no chão da sala de espera.
Seria pra pegarem uma "ficha" hoje pela madrugada e conseguir fazer seus exames? Seria pra esperar um ente que estava internado?
Não sei, mas meu coração ficou bastante apertado com essa condição.
A ambulância finalmente chega, Zefinha estava com sintomas graves de trombose e teve que ficar internada lá.
Eu pedi a minha mãe, que estava dando entrada na internação dela, pra entrar e ver como ela estava.
...
Minha gente...
Quando o guarda abriu a porta da internação eu pude ver o que é o verdadeiro "acerto de contas" do destino.
Um verdadeiro purgatório de humanos vivos que se espalhavam pelo chão, gente sofrendo as dores de sua doença em condições que nem a sociedade protetora dos animais permitiria.
Realmente indescritível.
Salas e mais salas de gente entulhada, jogada ao esquecimento de um sistema de saúde mais doente ainda.
Zefinha ficou internada lá por 4 dias numa situação de risco de uma infecção hospitalar ou até pegar uma doença contagiosa daquelas.
Foi levada à um hospital mais distante mas não havia vagas e então ela voltou pro hospital Getúlio Vargas, conseguimos cadeiras e comida (pagando os funcionários) e já estávamos "negociando" um leito até que há 2 dias levaram-na prum hospital muito humilde chamado Evangélico, onde ela pode ser instalada numa cama.
É isso gente.
Um sofrimento sem fim produzido por um sistema de saúde irrecuperável!
O que posso fazer, além de ampará-la moralmente e acompanhá-la é FALAR, para que todos saibam a situação em que esse lugar se encontra.
Postagem triste né?
Mas nem só de felicidades é feita a vida.

bjs e até !
BB

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