quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Agendas à parte... Pausa pro velho e bom ato de reflexão.

Ultimamente estou assustadíssima com a nova prática adotada sem nenhum problema moral, físico, químico ou psíquico... nas redes sociais.
O ato de pedir.
Eu recebo incontáveis postagens diariamente de gente das mais variadas camadas de minha intimidade e também de gente que nunca nem se expressou anteriormente.
Não estou aqui julgando as necessidade de ninguém, nem poderia por já esclarecer que nem conheço a maioria dessas pessoas e até já contribui também.
Mas acho que essa prática pode levar a um outro lugar...
Há poucos dias atrás, criei uma enquete...Pra saber se o meu senso moral está distorcido nesse mar de incontáveis desejos!
Lembram das rifas? No começo todo mundo compra pra ajudar né? O cara se dá bem, lucra e faz outra e mais outra... E em pouco tempo, quando ele apontava na entrada todo mundo já se escondia...
E as pirâmides? Aquele papo daquela firma que faria todo mundo ficar rico...rs
Um monte de amigos meus encheram meu saco, e hoje em dia todo mundo tá do mesmo jeito.... Ralando pra sobreviver!
Mas voltando a enquete... Segue abaixo, na íntegra, pra vocês...

Minha gente, tô pensando aqui... Também preciso de dinheiro para executar meus projetos profissionais... Me senti até mais a vontade agora, pois tenho visto, com bastante constância, os pedidos aqui pelo facebook para arrecadação de inúmeras necessidades... Profissionais, pessoais, de saúde, e etc. Tô entrando em estudio pra gravar meu novo CD. Será que devo fazer uma campanha de arrecadação?

Sou a favor da campanha
Sou contra esse tipo de campanha
Contribuo com você se você também contribuir comigo
Fica tudo empatado... Nem eu te ligo, nem tu me telefona
    Pergunta feita por

    Adryanabb Terceiro
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    Publicações

    Observei que o resultado foi esmagadoramente a favor da "cotinha", "ratatá", ou como se chame em sua cidade a forma de contribuição coletiva para isso. Tem que ofereça permutas, cotas de propriedade sobre um trabalho que será editado e assinado pelo produtor fonográfico, que duvido que seja o pequeno contribuinte... Sei que funciona, acho legal até certo ponto... Porque existem fãs que querem o trabalho no mercado e a mídia não investe muito no que precisa ser trabalhado pra estourar.
    Bom, me sinto honrada em ter feito uma trajetória profissional que também me proporciona a confiança das pessoas em mim e no meu trabalho... Mas resolvi escrever com todas as letras o que acho, especificamente, da banalização dessa situação...
    Me sinto rifada!... Perdida no meio de um mar das necessidades alheias de muita gente que até está muito melhor que eu.
    Me entristeço por quem realmente precisa!
    Pelas instituições sérias que buscam sem descanso, doações durante todo o ano pra ajudar a quem está passando fome, a quem está em estado de saúde grave e não tem como se virar.... Enfim...
    Também já precisei de ajuda assim antes.
    Sofri uma fratura na coluna, passei anos sem poder trabalhar direito (pouca gente sabe disso)... Mas nunca cheguei a pedir. Não sou orgulhosa não, sou profissional liberal e fiquei zerada...
    Soube receber, não precisei apelar... Amigos fizeram show beneficente, recebi ajuda de amigos próximos, Carinho de quem me ama... E isso não tem preço. Nunca vou esquecer o que cada um desses amigos fez por mim.
    Agora...
    Também quero CD novo, também quero instrumento melhor, melhor situação pro meu show que também agrega um monte de artistas (aliás, um monte de artista bom pra caramba no Brasil todo também tem, tá difícil pra todo mundo mesmo!), também quero um monte de coisas, como todos querem e precisam...
    E deveria ser assim, dignidade para todos!
    Mas isso só conseguirei com o meu trabalho, competência artísica, novas propostas, diferencial musical e a captação de tudo isso por leis que já foram criadas para esse fim (como a Lei Rouanet, editais governamentais, e etc...) é assim que vou conseguir, como todo mundo faz.
    Se não for assim, não acho justo e me dei o direito de não sofrer mais esse assédio em silêncio.
    Me perdoem os amigos a quem possa estar causando algum mal estar, mas apenas digo o que meu coração sente sem nenhuma outra intenção, e tento aqui no espaço que é meu de direito, tocar nesse assunto tão delicado que poderá (assim como aconteceu com os rifeiros, com os "piramideiros" e etc...) atrapalhar futuramente a quem realmente precisa.

    Fica aqui meu abraço, com carinho.
    Adryana BB
    Cantora e compositora pernambucana há 25 anos.