terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A Casa Azul

Hoje, quando saía para ir à padaria pela última vez no ano, reparei que uma música suave ecoava pela rua.
Me chamou atenção a qualidade do repertório e meus olhos, inconscientemente procuraram sua origem.
Observei que vinha de uma casa onde se encontravam várias pessoas arrumando o local, aí eu pensei...
Eles dever passar o reveillon reunidos ali.
Dei uma olhada mais detalhada e vi que eles pintavam toda a fachada interior da casa que ficara toda azul, muros
lateriais internos, a frente interna... estavam todos em silêncio trabalhando ao som daquela música, só ouvindo...
dava pra ver que estavam em paz.
Percebi que uma pessoa saiu de dentro da casa e se aproximou do outro que estava pintando ao sol e lhe deu uma bebida
qualquer.
É uma situação normal, aparentemente...
Mas eu ali, parada do outro lado da calçada, fiquei me perguntando o que faz a diferença entre a união entre as famílias
e o relacionamento complicado entre "entes aparentemente parentes"...
...
Essa é uma época que todo mundo fica à flor da pele, no limite mesmo.
É a época que você liga a TV e em toda parte brotam lindas histórias, os filmes mostram famílias perfeitas reunidas em
volta de uma grande árvore de natal, com a neve caindo lá fora.
Muitas vezes não é assim que acontece... e aí todo mundo dá uma pirada básica!

Achei bem interessante a figura da casa azul.
Eles cuidavam da parte interna da casa, deixando-a mais aprazível. É muito boa essa sensação de chegar num lugar
"arrumado", e isso estava sendo providenciado, cada um preocupado com o outro, dividindo o trabalho e assim, tornando-o
mais leve para todos, suavizando o suor do outro oferecendo um simples guaraná e se alegrando em comunhão com o resultado
da beleza e da benção de estarem todos ali.

É época de cuidar da parte interior da nossa "casa", não porque estamos em plenas comemorações de fim de ano, e sim,
porque a confusão planetária bate à nossa porta.
O desamor dentro de casa, a falta de interesse em resolvê-lo, o lixo mal armazenado (eu eu nem falei em separar o
lixo...rs), o consumismo...
A FUGA! Seja ela qual for!

Às vezes a gente não é capaz de oferecer o tal "guaraná" simplismente porque não estar observando que a pessoa ao nosso
lado está precisando.
Procuramos dar mais distantância desses assuntos...
Para nos consolar ou nos proteger?
... e aí nunca oferecemos o tal "guaraná".

Acho que já deu pra entender né?
Nos fazer de vítimas, estravazar descontroladamente (a baianinha que tá grávida que me desculpe).

É hora de nos recolhermos e cuidarmos do interior onde moram todos os melhores sentimentos: O Coração!
Cuidemos melhor então dos nossos corações!
É o meu desejo!

Aqui encerro o ano, rezando para que cada um de nós construa sua "casa azul' com um alicerce de primeira qualidade em
nobreza de sentimentos.
E que nos restos dos anos que vivamos aqui, possamos sempre nos reunir em comunhão para restaurar os "interiores" por aí
a fora, como naquela simples casa azul!



Feliz nova chance!
beijos azuis

BB

Nenhum comentário: